O empresário António Mosquito investiu 10,4 milhões de euros para ficar com 27,5% da Controlinveste, a empresa que detém o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e TSF. Com este negócio, realizado após um aumento de capital da Controlinveste Conteúdos (sociedade que agrega as diferentes participações) António Mosquito garantiu uma posição igual à de Joaquim Oliveira, até aqui o único accionista.
Por via de aumentos de capital, 16,1 milhões de euros foram aplicados em dinheiro. Aqui, estão incluídos os 10,4 milhões do empresário angolano, além de 5,69 milhões de euros a cargo de Luís Montez, ligado ao mundo dos espectáculos e das rádios. Além disso, houve também uma conversão de créditos em capital por parte do BES e do BCP, que também têm uma participação de 15% cada um, avaliadas em 5,69 milhões. Neste momento, a Controlinveste Conteúdos possui um capital social de cerca de 37 milhões de euros, de acordo com os documentos oficiais da empresa.
Agora, com o negócio concluído, António Mosquito já investiu 80 milhões de euros em Portugal, após ter comprado a maioria do capital da Soares da Costa Construção. A 26 de Novembro, António Mosquito fez uma viagem relâmpago de 24 horas a Portugal, data em que fechou o acordo para comprar a posição na Soares da Costa e assinou o memorando de entendimento para entrar na Controlinveste.
A mudança accionista no grupo de comunicação social já levou também a nomeação de um novo conselho de administração. O líder desta empresa é Carlos da Silva, presidente e accionista do Banco Atlântico, instituição financeira de capitais angolanos que participou na assessoria financeira do negócio da Soares da Costa. Carlos Silva, por sua vez, é também vice-presidente do conselho de administração do BCP, onde a Sonangol é a maior accionista, com 19,4%, ficando a Interoceânico com 2,1%. Coube ao BCP montar a operação financeira ligada ao negócio da Controlinveste.
Na mesma data em que foi nomeado o novo conselho de administração foi ainda criado com conselho estratégico no qual, de acordo com o comunicado então divulgado, “estarão representados os accionistas” e “outras personalidades cujos contributos sejam reconhecidos para o fortalecimento do grupo, quer em Portugal, quer nos espaços que falam a língua portuguesa”.
Fonte: Público